O Governo da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) tem em grande atenção o conceito de desenvolvimento sustentável. Na definição da política económico-social e educacional tenta satisfazer as necessidades reais sem afectar o ambiente, para uma maior harmonia no desenvolvimento económico, social e ambiental, disse hoje (01) o Chefe do Executivo, Edmund Ho.
Edmundo Ho, presidiu hoje à abertura da Conferência Internacional sobre Desenvolvimento Sustentável e Empresas Verdes 2001, no Centro Cultural.
" Em poucas décadas, muitos países desenvolvidos ou em desenvolvimento registaram um acelerado desenvolvimento económico e consequente rendimento médio per capita bastante elevado. Todavia, quando olhamos para os benefícios de tal crescimento, não podemos negligenciar os posteriores impactos negativos da explosão demográfica, urbanização acelerada e mudança dos padrões humanos de consumo no ambiente e ecossistemas", alertou o Chefe do Executivo.
Edmund Ho relembrou ainda as novas oportunidades para as empresas resultantes de uma cada vez maior consciência mundial sobre o desenvolvimento sustentável adiantando que novos produtos, inovação, substituição de materiais, processos fechados, novas direcções das necessidades dos consumidores e da gestão ambiental, permitem já que as empresas assumam as respectivas responsabilidades sociais e ao mesmo tempo protejam o ambiente, enquanto fortalecem a sua competitividade no mercado global.
E, o Chefe do Executivo concluiu: "localizada no Delta do Rio das Pérolas, uma das zonas mais dinâmicas no Sul da China, Macau tornou-se Região Administrativa Especial da China em 20 de Dezembro de 1999, disfrutando de elevado grau de autonomia, excepto no que diz respeito à defesa e política externa, graças à política de «um país, dois sistemas», bem como de fortes laços estabelecidos de longa data com países da União Europeia e outros de herança latina. Com uma posição estratégica privilegiada, Macau pode ser considerado como um entreposto comercial, especialmente para as pequenas e médias empresas de outras partes do mundo no acesso ao vasto mercado da China ou vice-versa, para as congéneres chinesas. Com a China a investir cada vez mais na protecção e preservação do ambiente e bem próximo de se tornar membro da OMC, adivinham-se grandes oportunidades para as empresas ligadas às indústrias verdes."
Entretanto, o Ministro do Ambiente da RPC, Xie Zhenhua, fez também questão de sublinhar na sua intervenção na mesma ocasião, a importância dos temas em debate no panorama actual da China em desenvolvimento acelerado, à entrada para a Organização Mundial de Comércio, bem como os progressos e avanços registados no país contribuindo, assim, para o desenvolvimento sustentável e protecção ambiental em todo o mundo.
A protecção ambiental tem uma dimensão alargada na China, com grandes oportunidades para a cooperação de países desenvolvidos com as suas novas e mais avançadas tecnologias verdes e experiência, adiantou.
Xie Zhenhua referiu ainda que Macau, com a suas condições geográficas e culturais, reune todos os requisitos para ser uma plataforma de cooperação entre a China e o Mundo na área da protecção ambiental, favorável para a promoção do desenvolimento sustentável e economia.
Por sua vez, o Secretário para os Transportes e Obras Públicas salientou na sua intervenção, que desenvolvimento sustentado e protecção do ambiente representam novas oportunidades e desafios para uma nova visão de fazer negócios e de governar as nossas sociedades, no século XXI, caracterizado pelas novas tecnologias emergentes e o processo da globalização.
"É encorajador saber que ambiente e desenvolvimento sustentável assumem-se, como nunca, temas importantes e alvo da atenção de todos os sectores da sociedade na região da Ásia-Pacífico, e que o próprio sector privado, além das muitas instituições oficiais e não governamentais, começa a reconhecer que faz sentido investir nas novas tecnologias verdes", adiantou.
Ao Man Long indicou ainda que na qualidade de responsável da tutela do ambiente percebeu que para levar a sério as preocupações ambientais em política económica é preciso o envolvimento de todos e, muito particularmente, o reconhecimento cabal da quota parte das responsabilidades na exaustão de recursos naturais dos países em desenvolvimento por parte dos países mais desenvolvidos.
Aquele responsável sublinhou que Macau, a par da construção da economia, deseja ser uma cidade turística verde com elevados padrões de saúde pública, sendo os cidadãos sensibilizados e incentivados à participação activa em todos os assuntos relacionados com a protecção ambiental.
O Secretário da tutela concluiu que os esforços do Território em prol do ambiente passam ainda pela cooperação com as autoridades de Guangdong para garantir a qualidade do ar e da água na região do Delta das Pérolas.