O presidente Jiang Zemin incentiva população de Macau à construção da RAEM, pondo em prática o princípio "um país, dois sistemas", disse Edmund Ho depois do encontro com o presidente.
O Chefe do Executivo da RAEM, disse aos jornalistas, após o encontro com o presidente Jiang Zemin, que o objectivo principal foi de informar o presidente sobre a situação de Macau ao longo deste ano, como também apresentar-lhe as LAG para 2003.
Referiu que o governo central sempre apoiou fortemente o território, e que Jiang Zemin estimulou o governo e população de Macau para que em conjunto e com empenho construam a RAEM e concretizem com sucesso o princípio "um país, dois sistemas".
Revelou ter feito a Jiang Zemin um balanço pormenorizado sobre a liberalização e actual situação do jogo. Actualmente, o governo da RAEM tem seguido com o processo de liberalização do sector do jogo tal como definido preliminarmente, cujo procedimento adoptado é o mais adequado à realidade do território.
Edmund Ho afirmou que o governo central apoia a realização de um fórum económico dos países lusófonos no próximo ano em Macau, considerando que este tipo de evento vai ajudar o território a ser uma plataforma de cooperação entre os países lusófonos e a China Continental.
Quando questionado sobre a cooperação entre Hong Kong e Macau, indicou que o governo central sempre tratou de forma igual as duas regiões administrativas especiais, e que Macau sempre teve relações estreitas com o território vizinho. Acrescentou que no encontro de ontem com Tung Chee-Hwa, foram abordados vários assuntos relativos à cooperação entre os dois territórios, tendo sido alcançados consensos. Disse ainda acreditar que as relações entre as duas regiões vão continuar a desenvolver-se de forma positiva e a cooperar.
Edmund Ho disse que durante o encontro com Tung Chee-Hwa, ambas as partes trocaram impressões sobre diversas matérias, entre as quais: futura orientação sobre o desenvolvimento de toda a região do Delta do Rio das Pérolas e ponte Hong Kong/Macau/Zhuhai, cujo ponto de vista é basicamente unânime. Salientou ainda que para melhor integrar o desenvolvimento do Delta do Rio das Pérolas e aproveitar as potencialidades de Hong Kong, Macau irá apoiar em tudo nesse sentido sem olhar para os eventuais proveitos que possam advir desse apoio.
Frisou que durante a sua missão de serviço em Pequim, não foram abordadas com os dirigentes do governo central questões concretas de cooperação entre Hong Kong e Macau, já que não existem quaisquer dificuldades específicas de cooperação entre estas duas regiões.
Quando pedida a sua opinião relativamente às declarações de Zhu Rongji, o Primeiro Ministro, sobre o apoio à cooperação Guangdong/Hong Kong/Macau, Edmund Ho disse que o ponto de vista de Zhu Rongji vai de pleno encontro à perspectiva de desenvolvimento a longo prazo de Macau.
Adiantou que a estrutura económica a desenvolver-se para uma única direcção a longo prazo não beneficia nenhuma região, por essa razão o governo tem andando à procura de novos horizontes para diversificar o mercado, nomeadamente, zonas industriais transfronteiriças entre Guangdong e Macau, e que para além de poder manter a sobrevivência dos sectores já existentes, espera-se que essas zonas industriais possam dar novas perspectivas ao desenvolvimento das indústrias manufactureiras e de exportações.
Relativamente a este assunto, o Primeiro Ministro manifestou forte apoio e espera que Macau e Zhuhai possam efectuar um estudo profundo para a concretização desta cooperação.
Edmund Ho frisou que o governo central reconheceu o trabalho desenvolvido por Macau ao longo dos três anos de existência da RAEM, tal como a sociedade e as pessoas de Macau que depois da transferência têm apoiado o governo local, criando uma sociedade solidária e empenhada.
Quanto a eventuais influências nas relações entre Hong kong e Macau devido à legalização das apostas em jogos de futebol, o chefe do executivo disse compreender a necessidade do governo da RAEHK em tomar esta decisão, acreditando que a mesma em nada irá prejudicar as relações entre os dois territórios. Considerou ainda que a existência de alguma competitividade na cooperação é perfeitamente normal.
Salientou que os governos das regiões especiais estão empenhados na concretização de "um país, dois sistemas", e por isso acredita que nenhuma delas irá seguir um caminho que prejudique as suas relações, como não tem dúvidas que Hong Kong nunca irá fazer intecionalmente algo que prejudique o sector do jogo de Macau.
No que diz respeito à questão das corridas de cavalos nos dois territórios, Edmund Ho disse acreditar que os dois Jockeys Clubes irão continuar a negociar com sinceridade por forma a encontrar uma proposta de cooperação que beneficie ambas as partes.