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UNESCO | Oportunidade de internacionalizar os sabores da terra

Revista Macau
Edição nº 59
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  • Festival de Gastronomia

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Turista em Macau
Turista em Macau

A inclusão de Macau na rede de Cidades Criativas da UNESCO na área da gastronomia pode ser uma oportunidade para dar a conhecer ao mundo a culinária macaense, defendem responsáveis por associações de promoção da cultura macaense 

 

Texto Catarina Domingues 

 

“É o caminho certo”, reage Hugo Bandeira à entrada de Macau para a rede das Cidades Criativas da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). O título, atribuído à RAEM no início de Novembro, diz respeito à área da gastronomia e, segundo o coordenador do departamento de Alimentação e Bebidas do Instituto de Formação Turística (IFT), pode servir de estímulo à internacionalização da culinária local. “É a altura ideal para tentarmos dar um passo em frente, aumentar a qualidade de oferta e a diversidade, porque este é um marco importante”, refere o também membro fundador da Confraria da Gastronomia Macaense. 

Hugo Bandeira, que vê a designação como uma oportunidade de “internacionalizar a gastronomia macaense”, realça que a atribuição do título é sinal de que Macau tem uma variedade gastronómica “interessante”. 

Este ano, 64 cidades em todo o mundo foram designadas de Cidades Criativas, um título que cobre sete diferentes áreas: artesanato e arte popular, design, cinema, gastronomia, literatura, música, artes e média. Macau, que submeteu a candidatura a 14 de Junho de 2016, tornou-se na terceira cidade da China a entrar para o grupo de Cidades Criativas na área da gastronomia, depois de Chengdu, em 2010, e Shunde, em 2014. 

Festival do Myanmar
Festival do Myanmar

Miguel de Senna Fernandes, presidente da Associação dos Macaenses e da Associação Promotora da Instrução dos Macaenses, considera que “ninguém fica indiferente a um título destes”, que é, “no fundo, um reconhecimento da diversidade de Macau”.  

“A gastronomia macaense não pode ser vista como uma coisa que vem de fora, o facto de fazer parte da gastronomia de Macau é muito bom, a comunidade pode orgulhar-se”, realça ainda o responsável à revista MACAU. 

A Rede de Cidades Criativas da UNESCO foi criada em 2004 com o objectivo de reforçar parcerias entre cidades que consideram a criatividade um factor estratégico de desenvolvimento urbano sustentável com impacto social, cultural e económico. 

Festival da Lusofonia
Festival da Lusofonia

Diversificação da economia 

“A Gastronomia foi seleccionada pelo Governo da RAEM como a área criativa com maior potencial para Macau maximizar um desenvolvimento urbano sustentável”, pode ler-se num comunicado do Gabinete do Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura sobre a candidatura de Macau, que considera ainda que a culinária “está intimamente ligada com a cultura e as tradições locais, bem como com a indústria do turismo”. 

A candidatura da RAEM começou a ser preparada no final de 2015 e levou mais de um ano até estar concluída. A comissão responsável pela proposta deslocou-se às duas Cidades Criativas gastronómicas da China – Shunde e Chengdu – e fez também visitas de estudo a outros destinos da rede UCCN (UNESCO Creative Cities Network), como é o caso de Pequim, Östersund (Suécia), Jeonju (Coreia), Phuket (Tailândia), Enghien-les-Bains (França) e Dénia (Espanha). 

O Chefe do Executivo da RAEM, Chui Sai On, felicitou a cidade pelo título, referindo o “forte apoio” do Governo Central e o trabalho de equipa de sectores locais como o Turismo e a Restauração. No processo da construção de Macau como “Centro Mundial de Turismo e Lazer”, disse o líder, a gastronomia e a criatividade são dois aspectos que merecem a atenção do Governo.  

Festival da Lusofonia
Festival da Lusofonia

Para o Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, a designação de Macau como cidade membro “abre novas oportunidades para a diversificação da economia da cidade, com a gastronomia a assumir um papel de força condutora”. O responsável pela pasta da cultura acredita que este é um contributo “que vai para além da gastronomia e do turismo, uma vez que trará novos modelos de desenvolvimento que reconhecem a criatividade como um factor estratégico de desenvolvimento sustentável”. 

Em termos de herança, vinca ainda Tam, espera-se que a designação “reforce o reconhecimento mundial do legado de mais de 400 anos da culinária de Macau” e desperte o interesse entre as gerações mais novas da cultura gastronómica, “especialmente da comida macaense”. 

Oktoberfest
Oktoberfest

Confraria “deve ser chamada à acção” 

Para celebrar o título atribuído à RAEM, o Governo vai agora lançar uma série de actividades de divulgação ao nível local e internacional, incluindo o reforço da formação profissional e a organização de um fórum anual de gastronomia internacional. Macau deverá também participar em eventos internacionais de intercâmbio, organizados pelas diferentes Cidades Criativas. 

Na sequência da designação, Macau planeia ainda a criação de um centro de gastronomia local, segundo anunciou o professor do Instituto de Formação Turística (IFT) de Macau, David Wong. “Estamos a tentar ver locais onde possamos desenvolver este centro de gastronomia. No IFT já temos uma estrutura forte para construir a próxima geração de cozinheiros e chefes, mas com esta designação vamos tentar melhorar e fazer mais cozinha local, mais cozinha macaense e ter um centro de gastronomia apenas para Macau”, notou Wong. 

Em entrevista à MACAU, Hugo Bandeira, membro fundador da Confraria da Gastronomia Macaense, considera que esta é também uma oportunidade de desfazer mitos no que diz respeito às culinárias locais. “Ainda se confunde muito o que é gastronomia portuguesa e macaense”, lembra o coordenador do departamento de Alimentação e Bebidas do IFT, revelando, além disso, que persiste um desconhecimento por parte dos locais sobre a culinária macaense. “Ainda há muito pouco tempo numa das minhas aulas perguntei o que é que era a gastronomia macaense e entre as 120 pessoas, muito poucas, diria que duas ou três, conseguiram responder mais ou menos. A população sabe que existe uma gastronomia macaense, diz que gosta de gastronomia macaense, mas não terá bem a certeza do que é.” 

Festival de Gastronomia
Festival de Gastronomia

Para este trabalho de divulgação da gastronomia de Macau, acrescenta Hugo Bandeira, “é do interesse de todos” que várias entidades se juntem, “incluindo a Confraria da Gastronomia Macaense”. 

Também o presidente da Associação dos Macaenses, Miguel de Senna Fernandes, diz que a confraria “deve ser chamada à acção”. Fundada em 2007, com o objectivo de divulgar a culinária macaense, a Confraria está a passar por um momento “grave”, adianta Senna Fernandes. “Precisa de subsídios para angariar mais sócios, para ter meios para garantir, meios para difundir ainda melhor a gastronomia macaense com a dignidade que lhe merece, porque os confrades e confreiras que fazem parte são exímios cozinheiros, exímios chefes da cozinha macaense”, conclui o responsável. 

 

Minchi
Minchi
Sardinhas
Sardinhas
Bolos de Amêndoa
Bolos de Amêndoa
Porco doce
Porco doce
Dim Sum
Dim Sum
Noodles
Noodles
Barriga de porco
Barriga de porco

 

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Novas cidades criativas na área da Gastronomia 

Alba (Itália) 

Buenaventura (Colômbia) 

Cidade do Panamá (Panamá) 

Cochabamba (Bolívia) 

Hatay (Turquia) 

Macau (China) 

Paraty (Brasil) 

San Antonio (Estados Unidos da América) 

 

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Sete destinos lusófonos na rede de Cidades Criativas da UNESCO em 2017 

Portugal 

Três cidades portuguesas receberam o título de Cidades Criativas da UNESCO. “Somos uma cidade onde a investigação, a criatividade, a cultura, a juventude e a artes navegam em sentidos convergentes”, reagiu Ricardo Rio, presidente da Câmara Municipal de Braga, cidade distinguida na categoria de Artes Mediáticas. 

Barcelos recebeu o título na categoria de Artesanato e Arte Popular. Num comunicado, o município lembrou que “é a primeira cidade em Portugal e na Península Ibérica a integrar a rede mundial de Cidades Criativas” nesta categoria. O reconhecimento “vem legitimar um concelho que se ergueu e se tem reinventado através da criatividade e o investimento” na área.  

Já Amarante foi agraciada com o título na área da Música. A Câmara Municipal sublinhou que se tem vindo a “manter uma dinâmica associativa forte na área da música, que se espelha numa diversidade de grupos e bandas filarmónicas com presença significativa de jovens”. 

 

Brasil 

Brasília, Paraty e João Pessoa vieram juntar-se a outras cinco cidades brasileiras na rede de Cidades Criativas. A capital brasileira recebeu o título pelo reconhecimento do trabalho desenvolvido na área do design. “Brasília é fruto da criatividade e da genialidade e da capacidade de liderança de Juscelino Kubitschek, que soube reunir o que havia de melhor no talento brasileiro, no urbanismo, na arquitectura e nas artes”, disse o governador Rodrigo Rollemberg numa mensagem de vídeo. 

Já Paraty foi reconhecida no sector gastronómico. A Secretaria de Cultura de Paraty salientou que a designação “estimula o sector gastronómico, do produtor até a mesa, possibilitando o incremento de geração de emprego e renda”. 

No caso de João Pessoa, a escolha diz respeito à categoria Artesanato e Arte Popular, título que, segundo os responsáveis pela cidade, vai trazer mais visibilidade, credibilidade e mercado para diversas associações de artesãos locais. 

 

Cabo Verde 

A Cidade da Praia, capital de Cabo Verde, foi designada Cidade Criativa na área da Música. “A música e a criatividade têm marcado a história de Cabo Verde e, em particular, da Cidade da Praia, através de diversos géneros musicais próprios, dos quais se destacam a morna, o funaná, a coladeira, o batuque e o finason”, pode ler-se num comunicado da Câmara Municipal da Praia. Com o título, Cabo Verde “pode contribuir significativamente para a promoção dos objectivos da Rede de Cidades Criativas em África e, assim, levar a que mais cidades se candidatem a ela, através das plataformas internacionais de que faz parte, nomeadamente a CPLP (Comunidade dos Países da Língua Portuguesa) e a UCCLA (União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa)”. 


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