Teve lugar na manhã de 10 de Outubro, no Auditório da Biblioteca Wu Yee Sun da Universidade de Macau (UM), o “Fórum académico sobre prevenção e tratamento do jogo compulsivo 2025”, co-organizado pelo Instituto de Acção Social (IAS), pela UM, pela Universidade Politécnica de Macau (UPM) e pelo Gabinete Coordenador dos Serviços Sociais Sheng Kung Hui Macau. O evento reuniu cerca de 180 participantes.
A iniciativa, intitulada “A evolução dos serviços de prevenção e tratamento do transtorno do jogo nas últimas duas décadas”, convidou vários académicos especialistas locais, internacionais e de Hong Kong a abordarem em conjunto os resultados do desenvolvimento dos serviços de prevenção e tratamento do transtorno do jogo e dos estudos relevantes. A cerimónia de abertura foi presidida pela vice-presidente do IAS, Hoi Va Pou, pelo director do Gabinete do Reitor da UM, Carol Kei Wong, pela coordenadora do Centro de Educação Moral da Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude, Cheang Sut Chan, o subcoordenador do Centro Pedagógico e Científico nas Áreas do Jogo e do Turismo da UPM, Siu Yu Ning, bem como pelo director de serviços do Gabinete Coordenador dos Serviços Sociais Sheng Kung Hui Macau, Ip Kam Po. Marcaram também presença representantes de instituições de prevenção e tratamento do transtorno do jogo, bem como de instituições de ensino e de acção social de Macau e de Hong Kong.
No seu discurso, a vice-presidente do IAS, Hoi Va Pou afirmou que “este ano marca o 20.º aniversário da criação dos serviços de aconselhamento da área de jogo problemático da Casa de Vontade Firme, subordinada ao IAS”, acrescentando que “ao longo do tempo, o Governo da RAEM tem vindo a prestar muita atenção às acções de prevenção e tratamento do transtorno do jogo e do jogo responsável, sendo de referir que foi legalmente regulamentado o jogo responsável através da alteração e republicação do Regime jurídico da exploração de jogos de fortuna ou azar em casino; foram criados os quiosques do jogo responsável com a maior cobertura a nível mundial; foram promovidos os Indicadores do Jogo Responsável; foi realizada formação sistemática e profissional para trabalhadores da área dos serviços sociais e da indústria do jogo; foram criadas a plataforma de apoio a jogadores e a linha aberta de aconselhamento de 24 horas por dia e 7 dias por semana; e foi criado um conjunto de cursos de gestão financeira para alunos, desde a educação pré-escolar ao ensino secundário, entre outras vertentes, a fim de salvaguardar a saúde física e mental da população em geral”. Salientou ainda que “as estatísticas dos inquéritos realizados demonstram uma descida da taxa de participação dos residentes de Macau nas actividades do jogo, de 59,2% em 2007 para 30,1% em 2022, percentagem mais baixa da história, e uma subida da taxa de percepção dos residentes de Macau sobre o jogo responsável, de 16,2% em 2009 para 64,9% em 2023, sendo estes resultados possíveis graças aos esforços de todas as partes envolvidas”, e que “esses números revelam que a indústria do jogo da RAEM tem caminhado rumo ao desenvolvimento mais saudável e mais sustentável”. Olhando para o futuro, disse esperar “continuar a promover a realização de estudos e de acções educativas e sensibilizadoras e a aumentar a consciência sobre o transtorno do jogo por parte dos cidadãos e dos grupos de alto risco, através de uma maior colaboração com a sociedade, de modo a proporcionar apoio atempado às pessoas e famílias necessitadas, criando em conjunto um ambiente compreensivo, inclusivo e de carinho”.
Foram realizadas três sessões de apresentação de discursos principais, nas quais Wu I Mui, chefe da Divisão de Prevenção e Tratamento do Jogo Problemático do IAS, Robert Ladouceur, professor emérito da Universidade Laval, no Canadá, e Davis Fong, professor e director do Instituto de Estudos sobre a Indústria de Jogo da UM, abordaram um leque de temas, desde a evolução dos serviços de prevenção e tratamento na RAEM, as estratégias de promoção do jogo responsável, até aos estudos sobre a avaliação de eficácia da prevenção e do tratamento do transtorno do jogo. No espaço de exposição de livros, foram apresentadas as publicações e os estudos realizados ao longo dos anos pelas entidades colaborativas de prevenção e tratamento do transtorno do jogo. Durante a tarde, realizou-se, uma série de workshops temáticos para abordar as estratégias de prevenção e tratamento do transtorno do jogo sob múltiplos pontos de vista. O fórum foi encerrado com o “Simpósio de serviços de prevenção e tratamento do transtorno do jogo de Macau e de Hong Kong”, no qual representantes de várias organizações de serviço social de Macau e de Hong Kong participaram num diálogo aprofundado sobre as suas experiências, desafios e oportunidades de colaboração na área, com vista a fomentar a cooperação regional. A organização espera que a realização deste fórum possa dar um novo impulso à RAEM e às regiões vizinhas, criando assim um futuro mais saudável e sustentável no que se refere à prevenção e ao tratamento do transtorno do jogo.