O secretário para a Segurança, Chan Tsz King, indicou, hoje (12 de Dezembro), que, nos primeiros três trimestres do corrente ano, o número de crimes diminuiu em Macau, os crimes violentos graves continuam a manter uma tendência de baixa ocorrência, a situação criminal em geral está sob controlo e a ordem pública permanece estável e boa.
O secretário Chan Tsz King, desde que tomou a posse, presidiu pela primeira vez à sessão de apresentação das estatísticas da criminalidade e do trabalho de execução da lei. Na ocasião, revelou que, de Janeiro a Setembro de 2025, a Polícia instaurou um total de 10.058 inquéritos criminais, o que traduz uma descida de 773 casos relativamente ao mesmo período do ano 2024, representando uma descida de 7,1 por cento. Acrescentou que a situação geral da segurança pública se manteve estável e favorável, os crimes que preocupam mais a sociedade, nomeadamente a criminalidade violenta grave, o furto, o roubo, a burla, os crimes informáticos, entre outros, revelaram uma tendência de diminuição, o que reflecte a eficácia do trabalho de prevenção e de combate da Polícia.
O mesmo responsável referiu que, nos primeiros nove meses deste ano, foram registados um total de 187 casos de “criminalidade violenta”, o que representa uma diminuição de 23 casos (–11 por cento), em comparação com o período homólogo do ano anterior, enquanto os crimes de violência grave, tais como o “rapto”, o “homicídio” e as “ofensas corporais graves”, continuam a manter uma taxa zero ou de ocorrência muito baixa. Afirmou ainda que, durante as operações policiais e as operações de investigação criminal, foram detidas e encaminhadas ao Ministério Público, um total de 4.475 pessoas, ou seja, um aumento de 362 pessoas (+8,8 por cento) comparando com o mesmo período de 2024.
O secretário apontou que, nos primeiros três trimestres deste ano foram registados, no total, 48 casos relacionados com “tráfico e venda de drogas”, representando um aumento de 13 casos em relação ao mesmo período do ano passado. Chan Tsz King considerou que o aumento está relacionado com a descoberta de vários casos de tráfico transfronteiriço de droga através do reforço da cooperação policial interna e externa, e deu como exemplo o caso ocorrido no final de Setembro, no qual foi apreendida flor de canábis com um peso total de 31 quilogramas e com valor estimado de 31,77 milhões de patacas, sendo este o maior caso de contrabando de canábis apreendido na história de Macau.
O mesmo responsável frisou que, nos primeiros três trimestres deste ano, foram registados 195, 436 e 306 casos de burla telefónica, de burla cibernética e de burla informática, constituindo respectivamente uma descida de 45, 285 e 275 casos em relação ao mesmo período do ano passado. Chan Tsz King indicou que a burla com recurso às telecomunicações, a burla cibernética e a burla informática apresentam uma tendência de descida, o que reflecte a eficácia do trabalho de prevenção e combate desenvolvidos pela Polícia, e o aumento significativo da consciência do público sobre a prevenção de burla. Acrescentou que a Polícia vai continuar a empenhar-se na repressão desta criminalidade através de uma estratégia baseada na “Prevenção”, “Recuperação” e “Combate”.
O secretário destacou especialmente que o modus operandi da criminalidade de burla tem evoluído de forma acelerada nos últimos anos, sendo de notar que, até finais de Novembro do corrente ano, a Polícia já recebeu um total de três casos de burla associado à tecnologia de Inteligência Artificial (IA) “Deepfake”, sendo que o primeiro caso denunciado em Macau, ocorreu em finais de Abril deste ano. Acrescentou que embora estes casos não tenham efectivamente causado prejuízos, convém o público manter-se alerta. Indicou também que a PJ procedeu à promoção do “Centro de Coordenação de Combate à Burla” em Maio do corrente ano, no sentido de reforçar a capacidade de resposta do público a este tipo de crimes.
Quanto à avaliação do impacto da situação actual do sector do jogo na segurança de Macau, o secretário apontou que nos primeiros três trimestres do corrente ano, a Polícia instaurou um total de 1.737 crimes relacionados com o jogo, o que representa um aumento de 716 casos (+70,1 por cento) em relação ao período homólogo do ano passado. Indicou que a principal razão para este aumento se prende com o facto de a “Lei de combate aos crimes de jogo ilícito”, que entrou em vigor em Outubro do ano passado, ter aditado o crime de “Exploração de câmbio ilícito para jogo”, assim como o ajustamento efectuado no tratamento estatístico dos outros crimes relacionados com o jogo por parte da Polícia, nos termos da referida lei. Acrescentou que no passado, algumas das burlas cometidas pelos “burlões de troca de dinheiro” fora dos casinos não podiam ser identificadas como relacionadas com o jogo e, por isso, não eram contabilizadas como crimes de jogo. No entanto, com a criminalização da “troca ilegal de dinheiro” e o aperfeiçoamento das disposições legais, todos os casos de burlas envolvendo “troca ilegal de dinheiro” são agora incluídos nas estatísticas de crimes de jogo, aumentando assim o número de crimes.
A par disso, o mesmo responsável salientou que todos os “casinos satélite” devem cessar as suas operações ou alterar os seus modelos de funcionamento em conformidade com a “Lei do Jogo”, até ao final deste ano. Face a essa situação, a Polícia já reforçou a recolha de informações e a avaliação de riscos, prevenindo com rigor os possíveis impactos negativos para a segurança de Macau, e até ao momento, não foram identificadas situações relevantes.
O secretário Chan Tsz King disse ainda que, desde o início do corrente ano, as autoridades de segurança implementaram activamente diversas medidas de segurança, tendo garantido a realização sem sobressaltos da VIII Eleição para a Assembleia Legislativa, das competições da 15.ª edição dos Jogos Nacionais na zona de competição de Macau e das actividades comemorativas do “80.º Aniversário da Vitória na Guerra de Resistência do Povo Chinês contra a Agressão Japonesa e na Guerra Mundial Antifascista”. Garantiu que as mesmas continuarão a manter um alto grau de alerta sobre os factores de incerteza que afectam a segurança da sociedade, a analisar de forma profunda e abrangente as tendências de todos os tipos de crimes, a melhorar constantemente a cientificidade das decisões policiais e a prospecção dos planos de execução da lei, a fim de prevenir e combater eficazmente todos os tipos de actividades ilícitas e criminais. Por outro lado, referiu que a Polícia continuará a reforçar a troca de informações e a cooperação policial com as Polícias das regiões vizinhas e com a Interpol, envidando todos os esforços para manter a paz e a estabilidade da sociedade de Macau e garantir a segurança da vida e dos bens da população.
