Os Serviços de Saúde estão atentos para o problema que se tem verificado nos últimos dias em Macau, relacionado com prováveis ataques com seringas, alertando para que, no caso de alguém ter sido picado deve dirigir-se, de imediato, ao Centro de Saúde mais próximo ou a um dos dois Hospitais, participando, simultaneamente, a um agente das Forças de Segurança.
Desde 1986, até final de Maio do ano 2000, foram detectados em Macau, 214 casos de infecção pelo vírus HIV, dos quais 152 eram residentes temporários da indústria de diversões nocturnas, que já deixaram o território.
Os dados obtidos através de vários programas e de estudos de serovigilância são indicativos de que a dispersão da infecção pelo vírus HIV entre a população residente de Macau tem sido, até agora, bastante limitada. A taxa de prevalência estimada para Macau entre a população residente é de 1,4 por 10.000 habitantes, o que coloca o território no grupo de países asiáticos e territórios de baixa prevalência para a infecção por HIV.
Contudo, os Serviços de Saúde estão preparados para atender devidamente todos os que tenham sido picados pelas referidas seringas, executando os tratamentos imediatos que se impõem e procedendo às análises que se justificam nestas circunstâncias.
Todos os atingidos terão de ser controlados regularmente através de análises laboratoriais indicadas nestas circunstâncias, visto o diagnóstico definitivo requerer, nalgumas situações, um período de cerca de 3 meses. Todavia, os ataques com seringa tratam-se ainda de um problema a confirmar.
Tendo em conta a importância da situação, os Serviços de Saúde, através da Unidade de Controle e Prevenção do vírus HIV/SIDA e outras doenças sexualmente transmissíveis, a funcionar no Laboratório de Saúde Pública, estará disponível para prestar todo o apoio e esclarecimento que forem necessários a quem deles necessitarem, de modo personalizado e estritamente confidencial, através da “hot-line” 5040103 do serviço, com a seguinte direcção : Edifício do Laboratório de Saúde Pública, Estrada dos Parses, Macau.
A prevenção da SIDA – problema de extrema gravidade porquanto põe em risco a saúde das pessoas atingidas – é responsabilidade de todos nós.
SIDA (Sindroma de Imunodeficiência Humana Adquirida) é uma doença infecciosa grave, causada pelo vírus HIV – vírus da Imunodeficiência Humana – o qual ataca as células do organismo que têm a função de o defender contra certas doenças e infecções.
O vírus da SIDA é muito frágil. Pode ser inactivado muito rapidamente se exposto ao calor, à lexívia e até quando exposto ao ar. Para sobreviver necessita de certas células, morrendo muito depressa ao deixar o organismo humano.
Estudos efectuados sobre o risco estimado de um trabalhador de saúde adquirir HIV, após uma picada com agulha, indicam ser da ordem de 0,4%.
O vírus HIV está presente nos fluidos orgânicos das pessoas infectadas, principalmente no sangue, no sémen e nas secreções vaginais.
Outros fluidos corporais tais como saliva, lágrimas, secreções nasais, expectoração, suor e urina não transmitem HIV.
O vírus HIV não penetra através da pele íntegra, mas pode entrar no organismo através de pequenos cortes ou feridas. Assim, quando ocorrer uma picada de agulha ou ferida com objecto cortante deve lavar-se muito bem, imediatamente, a zona ferida, com sabão e muita água, espremer de modo a sair sangue, desinfectar e cobrir com gaze.
O vírus da SIDA (HIV) é transmitido apenas em situações muito específicas, nomeadamente:
- Relações sexuais com parceiro infectado
- Contacto com sangue infectado
- Transmissão mãe-filho durante a gravidez, na altura do parto ou durante o aleitamento materno.
O vírus HIV não se transmite por contactos casuais, nas situações correntes da vida quotidiana:
- Ao cumprimentar as pessoas
- No convívio social
- Nos contactos escolares, de trabalho ou desportivos
- Nos locais públicos de comidas e bebidas
- Nos transportes públicos
- Nos sanitários, balneários e piscinas
- Nos telefones públicos
- Ao frequentar os estabelecimentos de saúde
- Nas picadas de insectos (por exemplo: mosquitos)
A SIDA é uma doença infecciosa mortal. Só o conhecimento de factos relativos à doença e a modificação de certos comportamentos de risco podem proteger-nos.
Para evitar a propagação do vírus HIV:
- Adoptar práticas sexuais seguras e utilizar correctamente o preservativo
- Não partilhar seringas, agulhas, escovas de dentes e lâminas de barbear
- Se necessitar, efectuar uma análise para pesquisa de anticorpos para HIV
- Conhecer bem o parceiro sexual. Evitar ter relações com parceiros de ocasião.