Os Serviços de Saúde foram notificados de um caso suspeito de Tsutsugamushi, vulgarmente conhecido como Tifo Epidémico (Scrub Typhus), sendo o segundo caso suspeito de Tsutsugamushi em Macau no corrente ano.
Trata-se de uma mulher de 41 anos de idade, trabalhadora não residente. No dia 21 de Maio, a própria verificou inchaço e dor na axila esquerda e, naquela noite, apresentou febre alta e tonturas. Tendo recorrido, no dia 24, a uma clínica privada para tratamento médico, contudo, os sintomas não melhoraram. No dia 28, recorreu ao tratamento no Hospital Kiang Wu. Durante o exame médico, detectou-se uma escara indolor, aproximadamente do tamanho de um feijão mungo-verde, e glândulas linfáticas inchadas e dolorosas, na axila esquerda. O seu estado clínico evidenciou melhoras após o tratamento médico. De acordo com os sintomas e sinais vitais, o diagnóstico clínico da doente é a doença de Tsutsugamushi. Actualmente a doente já não tem febre e a situação da doença melhorou. A doente normalmente desloca-se ao Jardim da Flora aos domingos, e durante a realização de actividades no local, descansa ao lado da cerca de pedra junto dos arbustos. A doente negou a existência de ratos no seu domicílio e negou ter viajado para o exterior durante o período de incubação. As pessoas com quem coabita não apresentaram sintomas de indisposição.
A doença de Tsutsugamushi é uma doença infecto-contagiosa aguda provocada pela picada de larvas portadoras de Orientia tsutsugamushi. Os roedores (ratos) que existem nas selvas com temperatura e humidade elevadas, cobertas de ervas constituem o habitat natural e de multiplicação de Orientia tsutsugamushi. As suas larvas podem ser infectadas quando parasitam nos ratos, e se as pessoas forem picadas pelas larvas portadoras de Orientia tsutsugamushi que existem nas selvas podem ficar doentes. Os sintomas incluem febre, dor de cabeça, dores musculares, exantema e possuiu uma característica especial: o local da picada da larva forma uma escara indolor com um buraco no centro. Se não for tratado imediatamente, um pequeno número de doentes pode desenvolver complicações graves, incluindo pneumonia, encefalite e miocardite, resultando em insuficiência respiratória, choque e mesmo morte, com uma taxa de mortalidade até 60% dos doentes afectados. Até ao presente momento, não existe vacina para prevenir a mesma e a administração de antibióticos constitui o tratamento mais eficaz.
Os Serviços de Saúde apelam aos residentes e aos trabalhadores para tomarem obrigatoriamente as seguintes medidas, quando realizam actividades no parque, na zona relvada e no campo:
- Relativamente à protecção pessoal, quando viajar, trabalhar ou realizar actividades em zonas relvadas e no campo, deve caminhar preferencialmente pelo trilho pedestre, evitando passear pelas zonas relvadas ou de mata. Caso tenha acesso às zonas de risco, deve usar vestuário de protecção como roupas com mangas compridas, calças compridas, botas altas, luvas, entre outros. Aplicar repelente anti-mosquito contendo DEET no vestuário e nas partes expostas, evitando picadas de mosquitos e insectos portadores de Rickettsia.
- Ao sair da região afectada, deve tomar banho e substituir todo o vestuário o mais breve possível, a fim de evitar picadas de mosquitos e o transporte de insectos portadores de Rickettsia;
- Caso tenha sintomas de febre, deve recorrer imediatamente ao médico para tratamento médico.
Os serviços e o pessoal responsáveis pela gestão dos parques e zonas naturais:
- Devem eliminar periodicamente as ervas daninhas, a fim de controlar o habitat e reduzir a densidade de larvas do tifo, bem como proceder de forma periódica aos trabalhos de controlo de roedores para evitar a proliferação dos mesmos.