Os Serviços de Saúde foram notificados para um caso de infecção de vibrio vulnificus.
O caso foi detectado num residente de Macau, de 65 anos de idade, com antecedentes de doenças crónicas. Na tarde de 29 de Abril, foi acidentalmente picado no dedo mindinho da mão direita enquanto manuseava camarões em casa. Na madrugada do dia 30, surgiu inchaço e dor, que depois se alastrou para a palma da mão direita e antebraço direito. Recorreu ao Centro Hospitalar Conde de São Januário, tendo sido diagnosticado com fascite necrosante do membro superior direito com choque séptico. Após a admissão, foi tratado e transferido para a unidade de cuidados intensivos. No dia 7 de Maio, os exames laboratoriais às suas amostras de sangue confirmaram que tinha vibrio vulnificus. O doente está em estado crítico e necessita de um ventilador para auxiliar a sua respiração. Os familiares com quem coabita não apresentam sintomas semelhantes.
Vibrio vulnificus é uma bactéria que vive naturalmente em água quente do mar e as infecções podem acontecer quando alguém tem feridas abertas expostas à água do mar com vibrio vulnificus ou quando come marisco contaminado. As infecções causadas por vibrio vulnificus através de feridas, podem ser ligeiras, mas também podem causar fascite necrosante, com manifestações de dor extrema, vermelhidão, inchaço e necrose rápida de tecidos. As pessoas com fascite necrosante podem ter de proceder à amputação para salvar as suas vidas, e em cerca de 20% a 30% dos casos, a infecção é fatal. O consumo de mariscos contaminados por vibrio vulnificus pode causar diarreia, vómitos e dores abdominais, não havendo de um modo geral, consequências graves. Contudo, se a pessoa infectada tiver outras doenças crónicas, nomeadamente doenças hepáticas e diabetes, pode desenvovler sepse, com sintomas como febre, calafrios, diminuição da pressão arterial, aparecimento de bolhas na pele e, nos casos mais graves, pode resultar em morte.
Os Serviços de Saúde apelam aos residentes para que tomem medidas para prevenir a infecção por vibrio vulnificus:
- Evitar o contacto de feridas ou pele danificada com água marinha;
- Limpar bem e fazer um curativo adequado na ferida;
- Ao manusear marisco cru, devem ser usadas luvas;
- Cozinhar bem os mariscos, especialmente ostras, amêijoas, mexilhões, etc.;
- Ao cozinhar mariscos, deve-se cozinhá-los até que as cascas se abram antes de comer;
- Os alimentos cozinhados e os mariscos crus devem ser devidamente separados, para evitar contaminação cruzada;
- Caso apareçam sintomas de infecção, como vermelhidão, inchaço, dor e supuração da pele, etc., deve recorrer, o mais rápido possível, ao médico.
